quinta-feira, 15 de julho de 2010

Onde mora o amor ou "a eterna dúvida sobre quem manda em você"...

Onde mora o amor? Alguém sabe? O endereço está no catálogo?

Desde que o mundo é mundo, todos caminham em busca do amor. Piegas? Talvez. Verdade? Absoluta. E desde que esse mesmo mundo é mundo, todos esperam que o amor venha embrulhado para presente com um cartão indicativo e explicativo de que aquilo é amor, sem sombra de dúvidas.

Mas acontece, querido(a) leitor(a), que o amor não é tão previsível. Ele não se dá o trabalho de avisar quando vem, de sequer levantar a mãozinha para tornar pública sua presença. Ele, serelepe como é, sapeca e esperto, chega de repente, chuta a porta e lhe toma de forma arrebatadora. E faz você se perguntar: "Mas COMO ASSIM?!" E esse "de repente" se torna uma fraude: Ele sempre esteve ali. Você que não viu.

É, amigo(a) leitor(a)... o amor lhe toma de assalto. Ele lhe surpreende de forma tal que faz você rever seus conceitos construídos ao longo da vida sobre toda a burocracia que envolve o "apaixonar-se por alguém". Você descobre que toda a dificuldade que você achava existir era puro marketing sentimental. Viver o amor é uma das coisas mais fáceis de se fazer na vida. E uma das mais inteligentes.

É verdade que você até tenta domá-lo, mas é ele, com toda aquela sapiência malandra quem, na maioria das vezes, doma você. E sabe por quê? Porque você permite! Você se acostuma com a ideia que colocaram na sua cabeça desde que você era criança, de que o amor habita o coração e nele o cérebro não manda. Que existe uma guerra entre eles e que os territórios são fortemente protegidos e não podem ser invadidos. Conversa fiada para boi dormir. É o cérebro quem manda em tudo! É o todo poderoso das suas ações e reações.

O ser humano tem a mania (e orgulho de possuí-la) de acreditar que quando se apaixona, não tem escapatória, não tem saída. Assim, entrega-se e se atira de cabeça, na maioria das vezes, e entrega à vida a responsabilidade de arquitetar seu destino. Depois, reclama quando as coisas dão errado. Desculpe a sinceridade, mas o amor não é burro nem é cego. Muito facilmente, se essa ideia passar pela sua cabeça na hora de tentar achar o culpado por seu relacionamento não ser a perfeição que você desejava, o(a) burro(a) e cego(a) será você.

E nem adianta esperar o amor bater a sua porta. Eu explico: sabe onde o amor mora? Mora em você. Não confunda sentimento com a pessoa a quem você o doa. Amor é isso que vive dentro de você e que faz você acordar todos os dias. Que dá a você coragem e força para continuar, para tentar, para conseguir. Quando o amor arrebata é porque ele resolveu sacudir sua vida, sair do sono que se encontrava para lhe dar um rumo, uma direção. Então, aquela afirmação feita parágrafos acima, que o amor surpreende e chega "chutando a porta", nada mais é do que o amor que habita em você se manifestando, tomando uma forma palpável. Mas ele sempre esteve ali. Ele muda o percurso, mas ele é, simplesmente, o amor-próprio que transborda e precisa ser dividido com alguém. Pois é certo que você só é capaz de amar o outro quando você se ama de verdade! Porque amor mesmo, real, honesto, é o que divide. É o que traz benefício, felicidade, leveza. Se traz dor, não confunda. Pode ser qualquer coisa, só não é amor. Pode ter sido um dia, mas deixou de ser. Certo. Eu sei que a vida a dois não é tão fácil e blá blá blá. Não estou dizendo que é fácil, simples. Viver a dois traz um pacote de questões e sentimentos. Eu sei! Faz parte! Estou falando exclusivamente do sentimento. O amor em si, o sentimento que faz de você uma pessoa melhor diante da vida.

É caro(a) leitor(a), mesmo com toda a beleza da arte pintada, recitada e cantada sobre o amor, ele pode acabar sim. Isso não é lenda. Seu organismo está preparado para um dia expulsar (ainda que demore) qualquer sentimento que não lhe faça feliz. E se o amor se tornar obsoleto, ele vai se esvaindo, até se transformar em outra coisa que, ainda que seja boa, não será mais o amor em seu estado bruto.

Eu aviso: durante a sua vida, você vai morrer de amor diversas vezes. E vai ressuscitar em todas elas. E pode ser sempre pela mesma pessoa. Porque o amor se renova... dentro de você! O que você faz com ele, é a grande lição que você precisa aprender.

Não quero acabar com o romantismo e tornar prático o que deve ser bonito. Atire-se mesmo! Acredite no que o amor pode fazer por você e, principalmente, no que você pode fazer com ele. Mas deixo aqui uma dica: quando você se entregar ao sentimento, jogue-se com tudo, mas não esqueça de manter os pés no chão e, pelo menos, um dos olhos abertos porque, a cabeça... essa acaba se perdendo mesmo!

E Nando Reis, que considero um sábio nesse assunto, ensina, sem maiores dificuldades: "tornar o amor real é expulsá-lo de você para que ele possa ser de alguém".


[Para assistir: "De repente é Amor" (I lot like Love) / Para ouvir: "Brighter than Sunshine" (Aqualung), "Leve" (Millane Hora) e "Breathe in Breathe out" (Mat Kearney)]

segunda-feira, 12 de julho de 2010

Da arte de tocar os sonhos...


Steven Tyler (Aerosmith) disse: "Dream on, and dream until your dream comes true..." (sonhe, e sonhe até que seu sonho se realize).

Incansável é o ser humano que constrói sua vida sobre alicerces de sonhos.

Somos fruto da mais autêntica esperança. Lutamos contra obstáculos impostos por pessoas, pelo tempo, pela vida. Não sabemos ao certo onde iremos parar, mas dizem que o mais importante de tudo é a jornada. Será mesmo?

Quantas vezes, querido leitor, você já não se viu sonhando com algo que, alguns segundos depois, pareceu impossível? E quantas vezes você já não se viu sonhando com algo que já estava tão próximo de se realizar? E quantas outras tantas vezes você não se viu sonhando o sonho de outra pessoa? Dividindo as expectativas e a ansiedade de esperar pelo amanhã.

Cada novo dia nos torna uma nova cópia de nós mesmos e, inevitavelmente, tornamo-nos reflexos naturais dos que nos cercam. Nessa rede, mergulhamos no mar de ansiedade que nos consome a cada passo da tão falada jornada. Mas essa ideia de jornada, para alguns, leva a crer que nós só possuímos um sonho na vida. Você só tem um, caro leitor? Acho que não.

Os sonhos não vivem presos em universos paralelos. Os seus sonhos não afetam só a sua vida. Eles afetam as vidas de outras pessoas, cujos sonhos também afetam você.

Na verdade, a vida é formada por uma junção de pequenos e grandes sonhos, e cada um deles, estimado leitor, faz de você a pessoa que você é. E jornada, caso não tenha ficado claro, é a própria vida.

Crescemos ouvindo e lendo as mais variadas frases piegas sobre sonhos, destino, vida. E aprendemos a mitificar o que já faz parte do cotidiano. Colocamos nossas expectativas em nuvens e imaginamos chuvas e horizontes. Sonhos... Por que insistimos em imaginá-los distantes?

Talvez porque a beleza maior da conquista esteja em alcançar o inalcançável. Atingir o inatingível. E nos sentimos melhores e mais fortes quando acreditamos que chegamos longe, que fomos além do que qualquer outro iria. Às vezes, o prazer de sonhar é tão grande quanto a satisfação de realizar, mas a não realização é sempre uma das mais dolorosas decepções que se pode sentir. E por mais que tenhamos os "pés no chão", é levitando que se sonha de verdade.

Então, quantos sonhos você já realizou? Quantos sonhos você ainda tem?

Não pare no tempo esperando uma mágica que torne realidade o que você tanto deseja. Não ache que você precisa de uma razão para começar a tentar realizar suas vontades ou de uma razão para se libertar e sonhar mais. A vida já se encarregou disso: o sonho é a própria razão.

Não dificulte! Não insista em complicar! Atire-se de cabeça! Arrisque-se! E haja o que houver, não desista dos sonhos. Se for preciso, renove-os! E entenda que mudar de sonho não significa desistência. Significa mudança de rumo, prevalência de algo mais importante do que uma simples ideia. E, assim, compreendido que sonhos são simples e que são palpáveis, olhe ao seu redor, observe tudo o que lhe cerca e acorde! Seus sonhos já começaram...

Então, sonhe... e por mais difícil que seja a jornada, por mais difícil que pareça a existência de um final feliz, sonhe até que seus sonhos se realizem! Mas não esqueça nunca de estender suas mãos para que seja sempre possível tocá-los... Liberte os sonhos de dentro da sua cabeça!


[Para assistir: "Um sonho possível (The blind side)" / Para ouvir: "Dream on" (Aerosmith)]