quarta-feira, 29 de setembro de 2010

"Nosce te ipsum ut sis qui es"... Ou ainda, não abandone suas idiossincrasias!


Fulano não gosta de você. O que você faz? Vai tentar saber o porquê e, com isso, tentar suprir a eventual falta de alguma coisa que faz com que fulano não goste de você? Não faça isso! Quem se acha no direito de formar uma opinião desagradavelmente precisa sobre você sem ao menos lhe conhecer, dificilmente tem a capacidade de reconhecer ser um exímio exemplar da imaturidade e, por isso, não mudará de opinião.

Não importa quem você é, quantos anos tem ou em que fase da vida você está. Sempre haverá alguém que não gosta de você e que lhe critica de alguma forma, seja para reforçar o que pensa sobre você, ou simplesmente por pura gratuidade de opinião insignificante. Mas é claro que, muito provavelmente, saber que Fulano e/ou Beltrano não gostam de você é o suficiente para lhe provocar uma série de questionamentos sobre seu comportamento e, muitas vezes, faz você buscar em si defeitos que você nem tem, mas que seriam a explicação perfeita para essa resistência de certas pessoas a gostarem de você.

Só me responda uma coisa: você precisa disso? Que todas as pessoas (e animais irracionais) habitantes do planeta Terra estejam propensas por natureza a gostar de você? Precisa mesmo? Eu mesma respondo: Você não precisa querido e inseguro leitor!

Aqui vai um exemplo bobo, mas que servirá para esclarecer o que digo. Pense comigo: Se você, por exemplo, sei lá, tem a mania de terminar suas frases com expressões em inglês, mas fulano acha isso irritante e, por isso, você se condiciona a não mais utilizar essa forma de expressão, você pode acabar diminuindo o seu charme, aquele que faz com que algumas pessoas vejam em você algo especial. Então, para agradar um, ou alguns, você muda em detrimento de outros. Mas o pior é que essa mudança não é uma simples alteração no que pensam sobre você. É, na verdade, uma mudança em detrimento de si mesmo.

Não adianta! Sempre que você tentar aparar as arestas, vai aparecer outra coisa que você terá que consertar. Sempre que você tentar agradar a uma parcela de pessoas que insistem em acreditar que têm, de alguma forma, domínio sobre você, só estará adaptando sua personalidade a uma realidade desenhada pelos outros.

Então, de que adianta você se preocupar com o que pensam os outros? Se você leva uma vida correta e faz o melhor que pode, se você se dedica a mostrar sempre o melhor de si, como ousa se preocupar com o que pessoas que, em sua maioria, são insignificantes em sua vida pensam a seu respeito? Se você é chato, não é tão bonito quanto o padrão de beleza impõe, tem gostos criticáveis, tem manias esquisitas, fala de um jeito irritante, anda meio torto e tudo isso é fruto da opinião de pessoas que sequer conhecem você bem, por qual motivo – veja bem – POR QUAL MOTIVO você vai se preocupar com esse tipo de opinião alheia?

Vivemos num mundo onde a inveja mora ali, vizinha do sucesso. Onde pessoas frustradas pelo que não têm ou pelo que não são simplesmente não sabem construir objetivos e desejar um futuro próprio, e passam a acreditar que para realizarem seus sonhos precisam deturpar os dos outros. E é por isso que você precisa ter discernimento para saber quando alguém está lhe fazendo uma crítica construtiva por se importar com você (o que não quer dizer que essa pessoa tenha razão) ou se é uma gratuita e inconveniente crítica destrutiva que só vai servir para detonar sua auto-estima.

E é nessa constante batalha entre egos e personalidades que você acaba descobrindo, também, que tanto você quanto os outros podem mudar simultaneamente suas opiniões quando se conhecem melhor. E que muitas vezes você é obrigado a confrontar-se diante de provações que lhes são impostas. Diante disso, você descobre que o mais importante, o ponto de partida, é conhecer-se de verdade.

Ande para frente, leitor! E passe a se preocupar com coisas realmente importantes, e não com o que fulaninho e beltraninho acham disso e daquilo. Lembre-se que sua família e amigos são as pessoas que conhecem você melhor do que o resto do mundo, e isso implica conhecer seus defeitos mais irritantes e, ainda assim, permanecem como partes integrantes e fundamentais da sua vida. E quando bater aquela velha insegurança sobre suas próprias imperfeições públicas, nem pense em levar para a sua vida a filosofia do “Assim é se lhe parece”. A ideia que as pessoas têm de você deve ser resultado do que você é, e nunca o contrário.

O mundo está cheio de Fulanos e Beltranos. Cabe a você saber lidar com eles, lembrando que não lhe faz falta quem em nada lhe acrescenta... Nunca permita que interfiram em suas idiossincrasias!

"Conhece-te a ti mesmo para seres quem és."


[Para assistir: “Breakfast Club (Clube dos Cinco)”. Não que tenha 100% a ver com o post, mas mostra como opiniões equivocadas podem deixar marcas na personalidade de alguém. / Para ouvir: Metal Contra as Nuvens (Legião Urbana). Porque eu gosto!]

3 comentários:

  1. Parabéns!!! muito bom!!!

    ResponderExcluir
  2. Minha nossa senhoraaaaa... vc disse tudo o que eu penso! Adorei o texto. Realidade pura!! Como faço pra expressar o quanto gostei? Vc falou tudo que eu penso, reflito e vivo. Eu jamais mudaria algo em mim em detrimento de outros.
    Super concordei quando vc disse:
    ".. Vivemos num mundo onde a inveja mora ali, vizinha do sucesso. Onde pessoas frustradas pelo que não têm ou pelo que não são simplesmente não sabem construir objetivos e desejar um futuro próprio, e passam a acreditar que para realizarem seus sonhos precisam deturpar os dos outros.."
    PARABÉNS... seus posts são fantásticos.

    Fabiano Pimentel Azevedo.

    ResponderExcluir
  3. Nossa, Louise... Fantástico o poster... acho que vc tem um lado meio "premonição"... Pensei tanto nisso tudo ontem o dia inteiro e a noite, quando li, pensei "é o gênio"...

    Não tenho o que falar pq vc já falou tudo!

    Preciso dizer que esse é meu blog preferido e q vc a blogueira preferida?

    Parabéns por cada poster... Tds eles F A N T Á S T I C O S!

    Beijãoo....

    ResponderExcluir

Vamos brindar?