terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Dança...


‎Dança sobre as águas, entre as ondas, entre brasas de vulcão...
Dança sobre o asfalto, em pedra quente, sem música, sem chão...
Dança sem motivo, sem sentido, sem coordenação...
Dança em profusão de cores, dança na mente, dança dentro de si...



Da pureza...


Ferve teus pecados em água benta...




segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Alaska...

A sensação térmica não é das melhores. O frio que sinto parte de mim e me parte, como uma fina camada de gelo. Sua voz, sua presença, não quero nada disso agora. Quero apenas o silêncio frio e solitário dos meus pensamentos. O mapa que desenhei não me levou a lugar algum quando esqueci de mim ao me jogar em você. Eu me joguei na imensidão escura de suas palavras, nas incompletas ações, e acreditei que suas verdades me trariam paz, até perceber que não somos, nunca fomos e jamais seremos dois. Fomos sempre metades perdidas, partes soltas de um quebra-cabeça que não se encaixava. Toda perfeição era tinta, era cor, eram traços que meus sentimentos quiseram desenhar para me dar a perfeição que eu não via onde deveria ver, para me completar onde eu me faltava. Fragmentos de sol se perdem nas frestas minúsculas das janelas. Pedaços de ventos se prendem nos meus passos quando tento seguir outra direção. Não, você não faz parte dos meus planos, nunca fez! O que vi em você se apagou como luz de vela em chuva fina, virou pó. Esqueci de mim ao me jogar em você. Prometo não mais me abandonar. Agora eu me lanço em mim para me encontrar, sem subterfúgios, sem vírgulas, sem meias verdades que não me completam. Sigo sem medo, mas a sensação térmica não é das melhores... o frio que sinto vem de mim e me parte, ele me corta, como vento frio do Alaska...

sábado, 20 de agosto de 2011

Quem eu quero para mim...

Quem eu quero para mim só precisa me entender melhor do que eu gostaria, até o ponto em que eu me irrite por ser tão previsível para ele. Quem eu quero para mim só precisa ser simples, para que possamos nos complicar juntos, até que um dia sejamos capazes de nos simplificar. Quem eu quero para mim só precisa me respeitar e confiar, porque sorrisos quem promete sou eu... E prometo não fazer promessas, até ter certeza de que achei quem eu quero para mim...

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

A sombra da vida...

De forma tola você pensa que a vida é fácil. Preto e branco são as cores que você vê. Simples, um desenho, uma caricatura dos céus. Coisas fáceis, caminhos fáceis, você julga. Mas nada é tão simples que se possa explicar. Pontos de vista diferem você dos outros. Você aprende novas coisas. Você vira outro. De repente a vida ganha outras cores. O preto e branco viram azul, vermelho e novos contrastes. Verdades surgem e fragmentos de histórias passam a se encaixar na sua mente, na sua vida. Uma realidade que só você enxerga, só você sente. Gritar talvez faça o mundo entender. Gritar não vai resolver... Poços sem fundo engolem seus segredos e os medos são soterrados sob tapetes persa. Sorrisos são distribuídos como presentes, mas são ocos, são máscaras. E você corre, corre sem parar, e se esconde quando ouve vozes, quando ouve ventos, quando ouve realidade. Sonhar é mais fácil, sonhar é mais doce. Nada é fácil, o doce é amargo. Sonhos se desfazem, verdades se dissipam. O que podia ser, não foi. O que é, é só seu. O dia passa, o tempo passa e só a verdade lhe resta. Ela é dura, ela é fria, ela é boa, ela é feliz, mas não é perfeita. É a realidade. Se assim não fosse, seria sonho, e sonhos não envelhecem, não acompanham o tempo. Sonhos acabam, sonhos se perdem... Viram sombras, perdem a cor...

domingo, 10 de abril de 2011

Grey's Anatomy: The Music Event: Song Beneath The Song)


UPDATE: depois de assistir ao episódio infinitas vezes, 90% do que está escrito abaixo deixou de fazer sentido! ADORO o episódio! :-)

Se você ainda não assistiu ao episódio musical "Song Beneath the Song" de Grey's Anatomy, pare de ler agora, porque este post contém spoiler.

Quem me conhece e/ou acompanha o blog sabe que eu sou louca por Grey's Anatomy e que acho Shonda Rhimes um gênio. Certo! Acontece que, nem por isso, posso engolir o episódio musical sem fazer algumas considerações.

Logo no começo do episódio nos deparamos com Callie acidentada, observando-se fora do próprio corpo enquanto canta "Nobody Knows" (tema da série) em versão mais sombria. A impressão que se tem é a de que o episódio será sensacional, afinal de contas, Sara Ramirez (que interpreta Callie) canta muito bem!

Na continuidade do episódio, vemos Callie atravessar as portas do Seattle Grace Mercy West Hospital com todos os médicos (seus amigos) fazendo de tudo para mantê-la viva e, nesse momento, usando novamente o artifício de se observar de fora de si mesma, Callie canta a lindíssima canção "Chasing Cars" (a cara de Grey's e que está há dias na minha cabeça). Até aí o episódio está um primor.

O problema surge quando os outros médicos começam a fazer parte dessa dinâmica e cantam também. Inclusive em momentos em que Callie não está presente, o que descaracteriza qualquer possibilidade de justificar a cantoria como sendo alucinações da personagem. Little Grey canta bem, e Dra. Bailey também, mas quando o Dr. Hunt começou a cantar eu vi que o episódio musical não tinha um sentido.

Callie, que é uma das melhores personagens da série, merecia que o episódio dedicado a ela mantivesse o nível de drama dos episódios que já foram dedicados aos outros personagens. Difícil prestar atenção aos detalhes bons das cenas em que o Dr. Hunt cantava.

Para o episódio ser impecável, Shonda Rhimes deveria ter mantido o foco em Callie e apenas ela deveria ter cantado. Faria mais sentido. A escolha das músicas foi bem feita. Claro que não poderia faltar "How to save a life", e a canção foi colocada na hora certa, na cena adequada. Só não foi cantada como deveria, como merecia.

O episódio musical deveria ser justificado como alucinações de Callie. Faria sentido e teria ficado bem mais bonito.

Mas é Grey's Anatomy e, por isso, apesar de tudo, consegue manter um nível elevado. Espero que Shonda deixe as músicas da série sob a responsabilidade dos cantores e bandas originais. Afinal, Grey's é famosa por sua trilha sonora primorosa e pelo drama hipnotizante, principalmente pelo drama dos personagens fixos e principais.

Música de um lado, atores do outro. Cada um no seu quadrado...


[Para ouvir: Chasing Cars (Snow Patrol)]

quarta-feira, 6 de abril de 2011

Só o amor é luz... (ainda que seja dualista)


Quem diz que amar é fácil, nunca amou. Amar não é nem um pouco fácil. Amar implica ceder, implica aceitar. Ceder a vontades que não condizem com a sua. Aceitar defeitos que você acredita não ter.

O amor traz consigo medo. Medo da perda, medo do desconhecido. O outro sempre é um mundo onde você só entra se ele permitir. A cabeça do ser humano é um buraco negro e só são publicados os pensamentos mais normais.

O amor traz consigo mudança. Mudam-se os hábitos. Muitos deixam de existir. O amor é uma avalanche que leva consigo o que está no caminho.

O amor lhe dilacera. Faz você chorar sozinho porque sente dor. Dor de saudade, dor de amor.

O amor faz você voltar no tempo e transformar cheiros em memórias. O amor transforma toque em força e faz você acreditar que seus limites podem ser ultrapassados.

E por mais que você acredite que amar não é sua prioridade, por mais que você tente dizer que o amor não faz parte dos seus planos, você sabe que não há escapatória quando o amor acontece. Porque é exatamente assim: você não o fabrica, ele ACONTECE.

O amor faz você correr na chuva, correr na areia ainda que não tenha fôlego. O amor faz você jogar futebol mesmo que não saiba a diferença entre zagueiro e atacante. O amor faz você jogar mal uma partida de pôquer porque sabe o quanto o outro ficará feliz se vencer. O amor faz você rejeitar o último pedaço de torta, dividir o copo insuficiente de refrigerante, sentar-se desconfortavelmente no sofá para que ele caiba ao seu lado. O amor faz você cozinhar mesmo sem saber, faz você correr contra o tempo para chegar logo. Faz você assistir a um filme que não lhe interessa muito. O amor faz você ouvir histórias pelas quais você nem se interessa tanto, mas que são contadas com tanto entusiasmo que você consegue sentir. O amor lhe repousa e lhe ajuda a respirar.

Enfim, o amor sempre será ao mesmo tempo o seu bem e o seu mal. Ele leva você do céu ao inferno em segundos... e lhe joga no paraíso outra vez. Talvez amar seja a coisa mais difícil que você fará na vida. Mas pense bem, sem medo de ser piegas: existe vida sem amor?

E como bem disse Marcelo Camelo: “Só o amor é luz...”


[Para ouvir: Monte Castelo - Legião Urbana]

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Eu vejo o mesmo que você?

Idiossincrasia é uma coisa que me fascina. [Dicionário para você, querido leitor, que não sabe o que essa palavra significa: é, basicamente, a sua "maneira pessoal de ver o mundo"].

Então, idiossincrasia faz você ser como você é, eu ser como sou, e nossas personalidades se entenderem ou não.

Eu, particularmente, adoro meu jeito de ver o mundo, ainda que às vezes eu ache que só eu vejo o mundo da minha forma. Crazy, crazy, crazy, diriam os especialistas? Não, creio eu!

Não há como negar o prazer que sentimos quando vivemos um estouro de idiossincrasia: é sua ideia encaixar com a ideia de outras pessoas, quando suas piadas se transformam em parte da família de piadas internas que vinculam você aos seus amigos. É você ter características que seu amigos criticam, que seus amigos admiram, características que definem você. Suas idiossincracias formam o RG da sua personalidade.

Quem pode garantir que o mundo que você vê não é o mundo como deve ser visto? E quem pode garantir o inverso?

Então, toda idiossincrasia é correta? Talvez. Posso desenhar meu mundo para você e você pode desenhar seu mundo para mim. Podemos mudar de visão, podemos aperfeiçoar nossas visões, e sairemos, cada um, com um novo mundo habitando em nossas cabeças. Diferentes mundos. Cada cabeça uma sentença, cada cabeça um mundo.

Só eu gosto de comer camarão com pão? Só eu gosto de preparar um sanduíche com pão de hot dog e doritos? Apenas isso: pão e doritos. Será que sou a única pessoa em todo o mundo que come isso? Se sim, ou se não, eu não sei. Só sei que o meu mundo gastronômico fica mais feliz quando preparo essas maravilhas culinárias.

Só eu dou gargalhadas todas as vezes em que assisto aos mesmos episódios de FRIENDS ou Modern Family? Só eu na minha faixa etária considera "Os Goonies" um dos melhores filmes feitos EVER?

Adoro barulho de chuva, cheiro de chuva, clima de chuva. Acho o pôr-do-sol mais bonito do que o amanhecer. Adoro chocolate quente no calor e acho o máximo sorvete em dias frios.

Sou fascinada por New York e sei que se eu for para lá um dia, morarei lá para sempre.

Adoro MPB, POP, Rock, Rock Internacional e chego até a adorar um certo Heavy Metal. Sou louca por seriados e filmes. E ai de quem mexer com meus amigos. Sou advogada, mas poderia ser jornalista, roteirista, diretora de cinema, ganhadora do Oscar, vencedora invicta do Emmy Awards e, quem sabe, ginasta olímpica campeã mundial.

Não suporto pessoas que agem com grosseria, não suporto pessoas que têm a estúpida ideia de que são melhores do que os outros seres humanos.

Adoro coca-cola, principalmente em dias de intenso calor. Adoro tecnologia e já não imagino mais o mundo hoje como ele era quando eu era criança (faz pouco tempo, eu juro!). Sinto saudade de quando era criança, dos brinquedos da minha geração.

Não gosto dos filmes do Woody Allen, mesmo que o mundo do cinema o considere um gênio. Quer dizer, gostei de "Match Point", apenas! Fico encantada com uma bela escrita e me dói profundamente assassinatos à língua portuguesa cometidos por quem teve educação suficiente para não confundir "mas" com "mais".

Eu choro assistindo "Extreme Makeover: Reconstrução Total" e fico com fome quando vejo "Top Chef". Já li uma quantidade enorme de livros e sou meio egoísta, não gosto de indicá-los, para não ter que emprestá-los e para que aquela visão de mundo que eu tive ao lê-los continue sendo só minha. Adoraria terminar de ler "Marley & Eu", mas ter assistido ao filme me deixou triste para continuar a leitura.

Tudo isso (e muito mais, obviamente!) faz parte da imensa galáxia de idiossincrasias que me definem. Vivemos todos num loop incrível de influência de diversos agentes e sentimos o que sentimos, pensamos o que pensamos, fazemos o que fazemos porque tudo, no fim, está conectado. Não viaja, leitor! Não estou falando em poderes do universo, e afins. Essa conexão que falo é a sua. Do seu temperamento com a forma como você leva sua vida.

É... idiossincrasia é uma palavra bacana, não é mesmo?! Dá até para ser nome de banda de Rock (se é que já não tem alguma batizada dessa forma).

Enquanto você pensa nas suas idiossincrasias, vou aqui viver as minhas, ver o mundo como vejo.

Quem sabe não estou vendo o mesmo que você?

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

O amor que você não quer mais (Ou o amor que você não pode perder)


Quando você se apaixona, tudo parece diferente e você deseja que aquelas mudanças sejam para sempre. De repente, tudo que era estranho começa a parecer familiar.

Você passa a saber do que o outro gosta, você sabe o que o outro quer. Passa a conhecer as manias, a conhecer os segredos, os medos e os desejos.

Você lembra, como se fosse hoje, o dia em que seu mundo virou de ponta-cabeça. Lembra o dia em que os sentimentos fizeram sentido e se tornaram amor. É, você lembra das viagens e dos filmes assistidos juntos. Lembra das brigas cinematográficas, lembra das pequenas brigas. Lembra o quanto cada um teve que ceder para que o amor não morresse nos primeiros capítulos. Inevitavelmente lembra das músicas que tocaram em momentos especiais e da agonia que a saudade causava quando passavam mais do que um dia sem se ver. O cheiro é inconfundível e você lembra da primeira vez em que perdeu a consciência por causa dele.

Mas o que você faz quando esse amor deixa de ser tão bonito e passa a não mais lhe cair bem? Quando essas lembranças já não são tão iguais?

O que fazer quando o amor deixa de ser o que lhe faz feliz para ser o causador da sua dor? Você ama ao mesmo tempo em que não quer amar, porque esse amor machuca.

E você tenta se explicar, tenta se entender e acreditar que amor não muda. Mas e se ele mudou? Se o amor da sua vida, de repente, deixou de ser? O que você faz?

Não fomos feitos para saber o que fazer quando o amor acaba, muito menos para saber o que fazer quando ele ainda existe, mas já não é feliz. E muitas vezes não sabemos distinguir e confundimos o amor que mudou com o fim do amor.

O amor não se alimenta sozinho, não sobrevive sem alguém que o controle. É verdade, o amor precisa de alguém que o domine, que o direcione, senão ele volta a ser paixão desenfreada ou volta a ser nada. Paixão é o primeiro passo para o amor, e ela não precisa ser devastadora. Nem precisa ser o primeiro sentimento. Mas só ama quem se apaixonou. E há diferença? Claro que há. Quando você se apaixona, você fica fora do chão. Meio dormente. E quando a paixão se torna amor, você volta a pisar no chão e a querer um futuro com o outro, a querer mais do que sonhos.

Certo. Então o que você faz quando se apaixona, quando ama e já não quer mais amar? Como lidar com o amor que existe em você, mas que você não quer mais? E como saber que não quer mais?

Você simplesmente já não sente mais o outro na sua pele. Já não desenha um futuro com ele. Você quer flutuar de novo. Então percebe que o amor que mora em você já não é suficiente. E você simplesmente não sabe o que fazer. A única coisa que sabe é que já não quer mais senti-lo.

E como não sentir?

Você acha que alguém tem a resposta para isso? Não. Nenhum ser humano a tem! Para o amor não há respostas. Não há receitas. Não há mapas.

Talvez, se você perceber que já não quer o amor que lhe preenche, seja mais inteligente conservá-lo e alimentá-lo de forma que o faça ser bonito de novo. Afinal de contas, ninguém ama por acaso. Se virou amor é porque você encontrou o seu outro "eu" em outra pessoa. E perder isso talvez signifique perder-se para sempre...

Só quem ama sabe o quanto é difícil encontrar o amor de novo... principalmente quando você o exterminou de você!

Amor é quando você aceita que não há mais fantasias e que a realidade é mais difícil do que sonhava, mas é melhor... porque realidade você pode tocar.