domingo, 10 de abril de 2011

Grey's Anatomy: The Music Event: Song Beneath The Song)


UPDATE: depois de assistir ao episódio infinitas vezes, 90% do que está escrito abaixo deixou de fazer sentido! ADORO o episódio! :-)

Se você ainda não assistiu ao episódio musical "Song Beneath the Song" de Grey's Anatomy, pare de ler agora, porque este post contém spoiler.

Quem me conhece e/ou acompanha o blog sabe que eu sou louca por Grey's Anatomy e que acho Shonda Rhimes um gênio. Certo! Acontece que, nem por isso, posso engolir o episódio musical sem fazer algumas considerações.

Logo no começo do episódio nos deparamos com Callie acidentada, observando-se fora do próprio corpo enquanto canta "Nobody Knows" (tema da série) em versão mais sombria. A impressão que se tem é a de que o episódio será sensacional, afinal de contas, Sara Ramirez (que interpreta Callie) canta muito bem!

Na continuidade do episódio, vemos Callie atravessar as portas do Seattle Grace Mercy West Hospital com todos os médicos (seus amigos) fazendo de tudo para mantê-la viva e, nesse momento, usando novamente o artifício de se observar de fora de si mesma, Callie canta a lindíssima canção "Chasing Cars" (a cara de Grey's e que está há dias na minha cabeça). Até aí o episódio está um primor.

O problema surge quando os outros médicos começam a fazer parte dessa dinâmica e cantam também. Inclusive em momentos em que Callie não está presente, o que descaracteriza qualquer possibilidade de justificar a cantoria como sendo alucinações da personagem. Little Grey canta bem, e Dra. Bailey também, mas quando o Dr. Hunt começou a cantar eu vi que o episódio musical não tinha um sentido.

Callie, que é uma das melhores personagens da série, merecia que o episódio dedicado a ela mantivesse o nível de drama dos episódios que já foram dedicados aos outros personagens. Difícil prestar atenção aos detalhes bons das cenas em que o Dr. Hunt cantava.

Para o episódio ser impecável, Shonda Rhimes deveria ter mantido o foco em Callie e apenas ela deveria ter cantado. Faria mais sentido. A escolha das músicas foi bem feita. Claro que não poderia faltar "How to save a life", e a canção foi colocada na hora certa, na cena adequada. Só não foi cantada como deveria, como merecia.

O episódio musical deveria ser justificado como alucinações de Callie. Faria sentido e teria ficado bem mais bonito.

Mas é Grey's Anatomy e, por isso, apesar de tudo, consegue manter um nível elevado. Espero que Shonda deixe as músicas da série sob a responsabilidade dos cantores e bandas originais. Afinal, Grey's é famosa por sua trilha sonora primorosa e pelo drama hipnotizante, principalmente pelo drama dos personagens fixos e principais.

Música de um lado, atores do outro. Cada um no seu quadrado...


[Para ouvir: Chasing Cars (Snow Patrol)]

quarta-feira, 6 de abril de 2011

Só o amor é luz... (ainda que seja dualista)


Quem diz que amar é fácil, nunca amou. Amar não é nem um pouco fácil. Amar implica ceder, implica aceitar. Ceder a vontades que não condizem com a sua. Aceitar defeitos que você acredita não ter.

O amor traz consigo medo. Medo da perda, medo do desconhecido. O outro sempre é um mundo onde você só entra se ele permitir. A cabeça do ser humano é um buraco negro e só são publicados os pensamentos mais normais.

O amor traz consigo mudança. Mudam-se os hábitos. Muitos deixam de existir. O amor é uma avalanche que leva consigo o que está no caminho.

O amor lhe dilacera. Faz você chorar sozinho porque sente dor. Dor de saudade, dor de amor.

O amor faz você voltar no tempo e transformar cheiros em memórias. O amor transforma toque em força e faz você acreditar que seus limites podem ser ultrapassados.

E por mais que você acredite que amar não é sua prioridade, por mais que você tente dizer que o amor não faz parte dos seus planos, você sabe que não há escapatória quando o amor acontece. Porque é exatamente assim: você não o fabrica, ele ACONTECE.

O amor faz você correr na chuva, correr na areia ainda que não tenha fôlego. O amor faz você jogar futebol mesmo que não saiba a diferença entre zagueiro e atacante. O amor faz você jogar mal uma partida de pôquer porque sabe o quanto o outro ficará feliz se vencer. O amor faz você rejeitar o último pedaço de torta, dividir o copo insuficiente de refrigerante, sentar-se desconfortavelmente no sofá para que ele caiba ao seu lado. O amor faz você cozinhar mesmo sem saber, faz você correr contra o tempo para chegar logo. Faz você assistir a um filme que não lhe interessa muito. O amor faz você ouvir histórias pelas quais você nem se interessa tanto, mas que são contadas com tanto entusiasmo que você consegue sentir. O amor lhe repousa e lhe ajuda a respirar.

Enfim, o amor sempre será ao mesmo tempo o seu bem e o seu mal. Ele leva você do céu ao inferno em segundos... e lhe joga no paraíso outra vez. Talvez amar seja a coisa mais difícil que você fará na vida. Mas pense bem, sem medo de ser piegas: existe vida sem amor?

E como bem disse Marcelo Camelo: “Só o amor é luz...”


[Para ouvir: Monte Castelo - Legião Urbana]