terça-feira, 1 de dezembro de 2009

A difícil arte de se apegar

Vou dar um conselho: se você não quer correr o risco de se viciar em alguma série, não se dê ao luxo de ver sequer um episódio.

Eu já tinha ouvido falar em "Curb your Enthusiasm" da HBO, mas nunca tinha visto. Criou-se uma expectativa enorme em torno da série em razão da reunião dos personagens do sucesso já extinto "Seinfeld" e, por isso, resolvi ver do que se tratava. E me arrependi! Acho que já me apeguei.

A série é tão boa, mas tão boa, que periga entrar para a minha querida lista de séries queridas. E tipo assim: falta tempo para dar a atenção devida a cada uma delas. Não quero ser negligente com nenhuma.
Antigamente, era muito mais fácil se apegar a alguma série. Dava menos trabalho, exigia menos tempo de dedicação. Era só gostar de "Barrados no Baile", "Melrose", "Blossom", "ER" e pronto, já era suficiente. Agora a variedade é tanta e o acesso a elas é tão fácil, que fica difícil não aumentar cada vez mais a querida lista de séries queridas.
O episódio que me chamou a atenção era, exatamente, sobre essa reunião. Larry David, o protagonista e produtor, passava o episódio tentando resolver tudo para que a tal reunião fosse devidamente aprovada. Nesse período, uma série de acontecimentos bizarros (engraçados) acontecem. Mas eu não vou contar o episódio porque perde a graça, já que contado nunca é tão engraçado como quando é assistido.
Por isso eu digo: antes de dedicar seu tempo a qualquer série que seja, avalie os riscos que você corre de se apegar a ela, porque quando você se apega, já era!
Deixo a dica: assista "Curb your Enthusiasm" e se apegue! Vale a pena gastar seu tempo com ela.

[Em tempo: para os que não sabem, "Seinfeld" fez história na tv como série de sucesso, enfatizando um estilo de comédia explorado por Friends e seus seguidores (um grupo de amigos vivendo as mais variadas experiências, tanto comuns, como bizarras ou absurdas). Sem contar que o que todo mundo conhece hoje por comédia stand up, já era praticada por Jerry Seinfeld há muuuuuuito tempo!]


quinta-feira, 12 de novembro de 2009

A volta de Grey's Anatomy...

... E O ADEUS A GEORGE O'MALLEY

Coincidentemente, o meu hiato neste blog foi quase o mesmo hiato entre temporadas de Grey's Anatomy. Assim, fica cada vez mais difícil sustentar a minha versão de que este blog não está voltado às séries. ;-)
Já que Grey's voltou com força total, nada mais justo do que falar sobre ela. Início de temporada excelente, mas é inegável que não tão maravilhoso quanto o final da temporada passada.
Quem viu o último episódio (duplo) ficou na expectativa de ver como seria o desenrolar do acidente que vitimara George O'Malley. E mesmo diante dos milhares de spoilers e das milhares de notícias adiantando que o personagem morreria (pois o próprio T.R. Knight, ator que o interpretava, havia pedido para sair da série), ainda assim era imprescindível ver isso com nossos próprios olhos.
Então, em sua infinita bondade, o canal Sony nos trouxe, nessa segunda-feira, o episódio (também duplo) de início de temporada. [Ressalte-se que, como sempre, nos Estados Unidos já havia estreado]. E toda a nossa curiosidade foi, definitivamente, fulminada.
Minha opinião?
Inicialmente, vale destacar que, como sempre, a edição estava primorosa, assim como a trilha sonora (nisso, Grey's não erra nunca). A opção de separar os fatos em dias cruciais até chegar no 30º, foi muito inteligente, fazendo um comparativo com as fases do luto.
Mas, apesar de ter sido excelente, poderia ter sido um pouco mais verossímil. Onde já se viu neste nosso mundo de séries e filmes, uma pessoa só chorar a morte de outra um mês depois? Ainda mais quando todos os envolvidos são médicos e lutam para salvar a vida de um amigo, igualmente médico, vítima de um acidente grave. E não conseguem! Dramaturgia que se preze trabalha em cima do drama, e diante dos fatos ali ocorridos, era para todos ficarem devastados. Portanto, apesar de toda a complexidade que envolve a cabeça confusa da protagonista Meredith, não faz sentido que ela só tenha conseguido chorar um mês depois, até porque, seu desespero ao identificar o acidentado e concluir que era George, foi muito mais realista do que sua reação após a morte dele propriamente dita. Também porque, depois de tantos anos de amizade, depois de todo o drama que superaram juntos em razão do amor não correspondido dele por ela, era de se esperar, pelo menos, umas lágrimas aqui e ali.
Sentido mesmo, só nas reações da ex-esposa Callie (ali sim foi desespero cabível), a reação de Bailey (sempre sentindo muito por seus pupilos) e, obviamente, da Izzie que, como ex-namorada e melhor amiga do George, não poderia ter reagido de forma diferente. Seu desespero foi condizente com toda a trajetória vivida pelos dois.
E George O'Malley, era George O'Malley, não era qualquer um. Era personagem fundamental na série. Então, mesmo que a idéia tenha sido mostrar como cada pessoa encara o luto de forma diferente, ainda assim, diante de tudo o que já aconteceu na série e das relações existentes entre os personagens, a ficha não deveria ter demorado tanto tempo para cair, como demorou para alguns.
Assim, Grey's Anatomy volta para uma nova temporada, já provando que ainda tem muito o que mostrar, mesmo depois de tantos anos no ar.
Como parte dos que lêem este blog não acompanha séries, tento não ser detalhista ao ponto de complicar o post. Mas, quer um conselho? Experimenta assistir. E não vale a desculpa de que não tem tempo. Deus inventou o homem, e o homem inventou uma coisa maravilhosa chamada gravador de dvd. É só deixar gravando e assistir quando não estiver fazendo nada, de bobeira. ;-)

E, por hoje, é só!

sexta-feira, 24 de julho de 2009

A excêntrica genialidade de HOUSE

Este não é um blog exclusivamente de séries, não existe para lançar atualizações sobre as mesmas, mas sim para expressar minhas opiniões e impressões sobre várias coisas. Mas eu não me controlo e adoro falar sobre esse vício maravilhoso, o que acaba sendo o assunto mais abordado aqui. Beleza, então! Excelente! Vamos nessa!
A série escolhida da vez? HOUSE. Eu queria entender como foi o inspirado momento em que seu criador teve a brilhante idéia de fazer essa obra com tanta genialidade.
Ontem arrumei um tempinho e assisti 6 episódios seguidos em uma maratona particular. E sabe de uma coisa? Eu entendo perfeitamente porque a série é tão badalada e faço votos de que ganhe todos os prêmios Emmy a que concorrer. E quando concorrer com Grey's Anatomy? Dependendo da temporada de ambas, terei que me abster de torcer.
Hugh Laurie (o excêntrico Dr. House) é, simplesmente, um dos maiores nomes da tv paga atualmente (já há algum bom tempo). Como já foi dito aqui antes, séries médicas tendem a fazer muito sucesso, e House é exatamente isso: uma série sobre um médico ranzinza, que detesta lidar com pessoas, que é mestre em humilhar seus colegas e subordinados, cheio de manias, mas que é um verdadeiro gênio. Sua especialidade? Infectologia. Assim, ele descobre as mais improváveis doenças e contaminações nos sempre muito complicados casos que lhes são apresentados. Vale ressaltar que ele só aceita casos complicados. É o mistério, a adrenalina, o jogo que envolve o decifrar de cada caso, cada quebra-cabeça de cada paciente que move todo episódio.
E não me lembro de ter assistido nenhum episódio que tenha me entediado ou do qual eu não tenha gostado.
Todos os outros atores, independente de suas participações, têm sido excelentes, porque apresentam ou apresentaram uma interação primorosa com o personagem House.
A série é instigante, surpreendente, de um acabamento irretocável! Nem os diálogos contendo impronunciáveis termos da medicina são capazes de nos confundir a ponto de não ser possível apreciar a trama.
A interpretação de Hugh é magnífica, os diálogos são fora de série! Não tem como ficar com raiva do insuportável médico.
House faz o mesmo que Grey's Anatomy: pega uma fórmula já consagrada e dá seu próprio tempero. Nesse caso é um genial tempero, dado por um verdadeiro gênio indomável.

terça-feira, 21 de julho de 2009

A anatomia de Grey's Anatomy

DO QUE É FEITO O SUCESSO?

Quando eu soube da existência de Grey's Anatomy fiquei curiosa, mas não fui correndo ver do que se tratava, mesmo sabendo que seriados com temática médica tendem a ser sucesso na certa. Exemplo mais do que consagrado é ER (Plantão Médico/Globo). Talvez, tenha sido este último citado o responsável por não me fazer correr para ver Grey's. Eu gostava de ER, mas é verdade que sempre foi um seriado muito triste.

Mas não é que Grey's Anatomy, apesar da temática, não tinha a carga dramática pesada que ER sempre carregou?! Eu e Grey's Anatomy: foi amor à primeira vista. Desde o 1º episódio assistido.

O final da 5ª temporada foi o que se pode chamar de "bombástico". É verdade que já faz um tempinho que acabou, mas não custa nada comentar aqui. O desfecho (sabiamente dividido em 2 episódios seguidos) teve um ar de libertação para seus personagens.

Melhores cenas?

1. Izzie e George (que sempre foram melhores amigos desde a 1ª temporada), em uma cena simples, uma simples conversa, onde ele mostra o quanto a conhece. Cena esta que, normalmente, não emocionaria, não fosse o fato de estarem os dois, já há algum tempo, afastados e ela, à beira da morte.
2. A cena em que Meredith descobre que o paciente desfigurado por um acidente que estava atendendo o episódio inteiro era, na verdade, o George.
3. Dra. Bailey desabafando com o Chief sobre o fato de não poder continuar com seu casamento.
4. Karev desabafando com Izzie (com perda de memória recente, como a Dori/Procurando Nemo) achando que ela esqueceria todas as ofensivas palavras dele em cinco minutos. E ela não esqueceu!
5. Meredith e Derek se casando no vestiário e registrando seus votos no post-it azul.
6. Dra. Bailey obrigando a equipe toda a tentar convencer George (antes de saber que ele havia sofrido um acidente) a desistir de ir para o Iraque.
7. Cristina Yang, apesar de toda a sua insensibilidade (já não tão presente assim) se declarando para o Dr. Hunt.
8. A triste cena final, onde George e Izzie se encontram no elevador depois de ambos terem paradas cardíacas simultâneas. Essa cena é crucial. Mas por qual motivo?

Simplesmente porque na noite em que Denny Duquette (grande amor de Izzie) morreu, ela estava entrando no elevador do hospital (que é quase tão personagem quanto os outros), com o vestido de baile vermelho, para vê-lo. Sem contar que esse elevador sempre testemunhou os encontros mais complicados e decisivos da série. E Denny Duquette tem sido a alucinação de Izzie para alertá-la de que alguma coisa não ia bem com sua saúde, caso contrário, ela não teria alucinações com ele.

E ver George e Izzie se encontrando dessa forma, só traz de volta uma fórmula já usada anteriormente em Grey's: um estágio "pré-morte" pelo qual Meredith, inclusive, já passou quando se afogou no episódio do acidente da Balsa.

Nesse final, Grey's abusou, de maneira precisa, das suas boas fórmulas. Ao mostrar as peculiares afinidades dos melhores amigos Izzie e George, Cristina e Meredith, Derek e Sloane. Ao mostrar a complexidade do relacionamento de Meredith e Derek, a dificuldade de Cristina em aceitar seus sentimentos pelo charmoso Dr. Hunt e sua total redenção desde que passou a acompanhar o sofrimento de Izzie lutando pela vida. Dra. Bailey sempre devotada à medicina e a seus pupilos, sofrendo quando viu que George, ao decidir ir para o Iraque, estaria cometendo um grande erro.
Foi como pegar o melhor das 5 temporadas e fazer um drink. E deu certo!

Triste ver que Izzie e George podem realmente morrer e a 6ª temporada começar sem eles? Triste sim. Porém, já tem sido amplamente divulgado que Izzie volta, mas George não, por opção de seu intérprete, T.R. Knight.

Como se não bastassem os personagens e toda a trama sempre muito bem construída (ainda que tenham reclamado de algumas decisões de sua criadora no meio do caminho), Grey's trouxe, nessa 5ª temporada, tudo o que a consagrou entre as melhores séries da atualidade. Sem contar a trilha sonora que é sempre um arraso!

Essa é uma daquelas séries que fazem sucesso e entram para a história usando fórmulas já consagradas, e delas criando outras com sabedoria própria, como qualquer obra do mundo das séries deve fazer para se tornar grande.

Grande, como Grey's Anatomy!

quinta-feira, 9 de julho de 2009

A banda das séries

Qualquer pessoa que tenha mais de 20 anos, ao ouvir qualquer música do "Roupa Nova" ou do "Yahoo" (você deve saber quem é), imediatamente, vai se lembrar de novelas das quais suas músicas foram trilhas para os mais variados personagens da dramaturgia. Hoje, já não me arrisco a dizer que haja uma figurinha musical comum nas novelas. Mas posso dizer que há nos seriados.

THE FRAY é o que se pode chamar de "a banda das séries", pois consegue emplacar muitas das suas músicas nas trilhas de séries de sucesso.

Antes de prosseguir, é importante salientar que uma música pode salvar uma cena, e é pensando nessa verdade que as séries investem com seriedade nos temas que embalam seus personagens.

The Who nas 3 versões de "CSI" e Nirvana em "Cold Case" são exemplos.

Mas THE FRAY está em várias séries e, sempre que ouço (e eu ouço sempre) qualquer música dessa banda, imediatamente me vem alguma cena delas à mente. Já passou por Grey's Anatomy, HOUSE, LOST, Cold Case e Friday Night Lights.

Particularmente em Grey's, THE FRAY se torna mais um personagem porque, nunca vi uma trilha para casar tão bem com a história do que as dessa série. Aqui eu abro um parêntese imaginário e destaco que em se tratando de trilha, não só no que diz respeito ao THE FRAY, Grey's dá um show!

Fica a sugestão: assista Grey's Anatomy (que com o fenomenal final de temporada que teve merece ganhar um post só p/ ela) e se delicie com sua trilha. THE FRAY é uma ótima pedida!

O que você está fazendo agora? Vá ouvir THE FRAY: "How to save a life" e, logo depois, "You found me".

Sem dúvida, vai gostar.

terça-feira, 30 de junho de 2009

Uma obra-prima chamada "para Francisco"

Já falei de filme, já falei de séries, já falei de música. Hoje eu vou sair um pouco dessa atmosfera de entretenimento e falar de um assunto mais sério. Vou falar de um outro blog. Um blog que coloca a maioria dos blogs "no chinelo", de tão bom que é. Ou melhor, de tão excelente que é!
Passeando pela internet, já há algum tempo, descobri um blog que é absolutamente magnífico. Ele ultrapassa a simplicidade que se espera de um blog e assume ares de grandeza digna de um Best seller. E pode sim ser um! O blog é o "para Francisco" que, com uma breve leitura, é possível perceber que se trata de um diário público de quem sofreu uma perda desastrosa e inesperada e dela conseguiu tirar forças para, em meio à dor, continuar a viver.
Cristiana Guerra, a autora, perdeu o amor de sua vida, Gui, dois meses antes do nascimento do filho tão esperado por ambos: Francisco. (Depois de ler o primeiro post, você já se sente no direito de ter a ousadia de chamá-la de Cris e de se referir ao seu amor como Gui, tamanha a proximidade que ela cria com seus relatos.)
Ao ver sua vida devastada pela perda, Cris teve que renascer para acalentar aquele que, do seu ventre, não sabia o que acontecia no mundo aqui fora. Francisco nasceria e jamais conheceria seu pai. Nasceu! Mas quanto a não conhecer o "Gui", essa verdade não pode ser tida como absoluta, pois Cris, diante de toda a complexidade que a morte traz, resolveu desafiar a dor e apresentar a seu filho tudo o que não poderia morrer junto com seu pai e, assim, possibilitar a Francisco um conhecimento profundo daquele que tanto queria viver para vê-lo crescer, daquele que tanto esperou, mas que por ironia do destino, foi-se cedo demais para realizar os tantos sonhos que tinha sonhado junto com ela. E assim nasceu o blog. Nele, Cris passou a contar a Francisco, ainda quando ele não podia entender, como havia sido a vida junto ao "Gui", como ele era, o que tinha feito de bom, os defeitos, como se amavam e como Francisco sempre foi uma esperança de futuro brilhante para eles. É o que se sente aos ler os relatos ali publicados. No blog, Cris despe-se de qualquer pudor e expõe a intimidade de seus sentimentos para quem quiser ler e entender. Publica e-mails trocados no cotidiano do casal, mostrando quanto o "Gui" era uma pessoa doce, o quanto era carinhoso e "meninão" (é essa a impressão que se tem ao ler suas descrições). Músicas, poemas e a sempre inevitável passagem do tempo. Quando escreve, Cris vai apresentando a Francisco seu pai e também a vida. Lamenta não só a ausência de "Gui", mas tudo o que faltará em razão dela e lamenta, também, pelo próprio "Gui", por não ter tido a chance de conhecer Francisco como ele realmente é, não apenas como sonhara.
E, paulatinamente, vemos Francisco crescer, a dor de Cris diminuir ou, simplesmente, transformar-se em outro sentimento em razão do tempo. Tempo que parece ser o maior aliado dela, pois é com o tempo que ela saboreia cada parte do crescimento de Francisco e é em cada uma dessas partes que ela vê e sempre verá o "Gui".
Torna-se impossível não perceber que o que cresce junto ao blog não é apenas Francisco, mas também a própria Cris. Há uma maturidade estranha (pois nos é estranho o que não conhecemos) para quem sofreu tanto e, por isso, admirável. E por mais que eu descreva aqui tudo o que se absorve do blog, ainda não será suficiente. É, como dito no título deste post, uma verdadeira obra-prima. E assim o é por ser verdadeiro, sincero, sem procurar se adequar a qualquer critério, estilo, qualquer modelo. Por ser natural, por ser intenso!
Do blog surgiu o livro de mesmo nome. E não preciso nem dizer que sugiro mais do que imediatamente a leitura de ambos. É muito mais do que um relato de vida, é uma lição diária de como se pode permanecer nela, apesar dos pesares, quando se tem por quem viver.
É uma triste história de perda transformada em uma linda história de renascimento que ainda está sendo contada, de um primor poucas vezes visto, como obras-primas devem ser.


quinta-feira, 11 de junho de 2009

Brand New Start


Hoje eu quero e vou falar de música. Se bem que já fiz isso no último post.
Little Joy. Pode ser que você já conheça, pode ser que não. Só sei que eu precisei ouvir muito falar sobre para poder ceder à pressão midiática e ouvir a música propriamente. Mas eu me negava a ouvir por pura revolta, por ainda não me conformar com o hiato dos Los Hermanos. Calma, mais devagar! Se você que está lendo não sabe o que é o Little Joy, eu preciso explicar. Little Joy é uma banda nova formada por Rodrigo Amarante (Los Hermanos), Fabrizio Moretti (The Strokes) e Binki Shapiro. Grandes nomes e tal. Até aí, tudo bem! Mas, para mim, isso pouco importava, eu continuava me negando a conhecer, a procurar saber como era. Eu me sentia como se, ao ouvir, teria a nítida sensação de que o hiato do Los Hermanos seria mais longo, ou até, definitivo. Até tentei não ouvir, mas o cd veio até mim, seria desfeita não ouvir. Adivinha? Grata surpresa! Não posso comparar com Los Hermanos (que para mim sempre será incomparável!) e talvez por isso tenha gostado tanto. Pela originalidade, por ser tão diferente do que eu poderia esperar. Não vou tecer maiores comentários sobre o cd porque só ouvindo para saber. Deixo apenas uma indicação, uma constatação e um comentário:
- Indicação: Ouça a faixa "Brand New Start" (muito boa!) antes das outras.
- Constatação: a faixa "Evaporar" é excelente, como sempre achei (já tinha ouvido o Amarante tocar junto com a Orquestra Imperial)!
- Comentário: O cd inteiro tem clima de nostalgia.

Enjoy!


segunda-feira, 18 de maio de 2009

"This is American Idol"


O IMPORTANTE É COMPETIR?

Eu não sei você, mas eu assisto American Idol. E não assisto, simplesmente. Eu simplesmente adoro, adoro mesmo e não nego! Até deixo gravando quando não estarei em casa no horário de exibição. Mas se você não tem tv a cabo e não sabe do que se trata, ficará sabendo, porque, com certeza, já ouviu falar no programa “Ídolos”. Este é um derivado, uma franquia da marca original inglesa “Idol”. Mas apesar de ser inglês, o programa ganhou maior visibilidade na sua versão americana. [Parece que tudo o que os ingleses inventam, acaba sendo melhor quando praticado por outros povos. A exemplo: o futebol] Mas falemos do American Idol. O programa está na reta final dessa temporada 2009, restando apenas 2 programas para descobrirmos o vencedor. Apesar disso, em toda mídia especializada e, principalmente, nos Estados Unidos, é quase certo que o vencedor é Adam Lambert. E quem é Adam Lambert? Polêmico, sem dúvida, mas talentosíssimo! Altamente performático.

Essa temporada foi uma das que uniu mais gente talentosa em um único palco, e uma maior diversidade. Mas, independente da qualidade vocal de qualquer outro participante, é inegável que Adam Lambert se tornou incomparável. Sua aparência é andrógina, um tanto quanto “emo”. Mas ao abrir a boca, ao vê-lo no placo, vê-se que ele passa longe de todo e qualquer simples rótulo. Assim, vê-se que o cabelo muito trabalhado, meio arrepiado e com franja bem elaborada, mechas azuis, unhas pretas e delineador não passam de estética. Adam Lambert, quando sobe ao palco e abre a boca é de fazer cair o queixo. Já foi comparado a Michael Jackson, Mick Jagger e Steven Tyler, por suas performances dignas de astros. Fôlego inesgotável com notas agudíssimas e afinadas. Olhar totalmente em sintonia com o que canta. Tão talentoso quanto camaleônico.

Adam, apesar de toda sua androgenia, conseguiu trajar-se em um terno elegante, com gel no cabelo, sem delineador, sem esmalte, totalmente clean e cantar, sentado, em um estilo completamente único um dos sucessos da Motown, surpreendendo a todos por sua versatilidade. E daí não parou mais. Até que na semana em que os participantes deveriam escolher músicas do ano em que nasceram, novamente, Adam Lambert, inventou de surpreender. Vestido mais ao seu estilo costumeiro, cantou uma música do Tears for Fears, novamente com um toque todo seu, e dessa vez, conseguiu o impensável: Simon Cowel (o criador do programa, o jurado mais cruel de toda a história de todos os programas de competição) resume a opinião dos jurados em um único gesto. Ele se levanta para aplaudir de pé aquele que chegou ao programa para fazer história, tendo em vista que isso nunca aconteceu e nem chegou perto de acontecer. Ficou decretado que mais nada derrubava Adam Lambert. Na semana Disco, fez uma versão totalmente romântica de “If i can’t have you”, de “Os Embalos de Sábado à Noite”, levando a jurada Paula Abdul às lágrimas de tão visceral que foi a apresentação. E assim ia se consagrando como o maior nome da temporada, ou até, de todas as temporadas. Na semana Rock foi considerado um “deus do Rock”.

Depois de derrubar vários talentosos oponentes, Adam se encontra entre os 2 melhores (Concorrendo com Kris Allen, que apesar de muito bonito, não tem metade do talento de Adam) e está a apenas um passo de ser coroado o novo American Idol. Mas isso só acontecerá se a audiência não cometer o erro cometido em uma das semanas, colocando Adam na Berlinda. Esse fato, de tão inesperado, causou muita estranheza, tendo em vista os elogios rasgados feitos à sua apresentação. A versão mais aceita pelos jurados e pela imprensa? Que a audiência tinha tanta certeza da vitória dele que acabou não votando, achando que não faria diferença. Ledo engano. Adam correu o risco de sair do programa por mero erro técnico de quem torcia por ele. A preocupação com ele é tanta, que no programa TOP 3, depois de receber todos os maiores elogios, Simon fez questão de frisar a importância do voto, para as pessoas não confundirem o talento dele como uma certeza de que estará na final final, pois isso só acontece se ele for votado, não bastando ser o melhor. Resta esperar para saber se as apostas se confirmam, pois se ele não acabar sendo o novo American Idol, será a maior decepção do programa. Certeza de que essa é também a palavra de Simon.



UPDATE: Adam não venceu o American Idol, mas não há dúvida de que se sairá melhor do que os outros no mercado, ou pelo menos fará coisas melhores.

sexta-feira, 8 de maio de 2009

How i met the series


Já falei de filmes aqui. Hoje vou mudar de assunto.
Eu não quero e nem vou falar sobre barraco no supremo nem sobre a gripe suína. Quero e vou falar sobre seriados. Quem bem me conhece sabe que é um dos meus vícios, como já falei em post anterior.
Minha idolatria por FRIENDS foi tanta que comprei a coleção completa. As 10 temporadas. E chego ao cúmulo de mesmo as tendo, ainda gostar de assistir na televisão. Mas FRIENDS não é a única série a quem dedico meu tempo (Quando tenho. Mas sempre arrumo). E nem foi a 1ª. Antes de FRIENDS veio "Barrados no Baile", "Blossom", "Dawson's Creek", "Felicity", "Arquivo X", "CSI", "Saved by the Bell", e outras. Com a idolatria por FRIENDS veio "LOST", "Gilmore Girls" e "Grey's Anatomy". Mas quando FRIENDS acabou achei que não haveria outra série capaz de substituí-la. E realmente não há. Mas para minha surpresa, eis que surge uma série que tem tudo para ser comparada com a série que entrou para a história, não só pelo tempo que ficou no ar (10 anos) como também pela supervalorização de seus atores no mercado (na última temporada ganhavam US$ 1.000.000,00 por episódio): HOW I MET YOUR MOTHER.
Quantas vezes eu tinha ouvido falar no seriado mas não tinha dado a chance de ver do que se tratava? Muitas. Fui aconselhada a assistir, mas mesmo assim, demorei para, finalmente, sentar em frente à televisão e ver qual era dessa tal série. Uma "big" grata surpresa! Gostei muito!
O seriado conta episódios da vida de 5 amigos em NY (FRIENDS eram 6 em NY). O protagonista é Ted, que começa todos os episódios contando para seus filhos (lá p/ 2030) alguma história que no fundo terá alguma influência sobre como "ele conheceu a mãe deles". E dessa forma a história se desenrola nos dias de hoje.
O seriado está repleto de gírias e modismos autênticos, mas apresenta o que FRIENDS tinha de melhor: a ridicularização constante de seus personagens. Barney é um egocêntrico metido que vive quebrando a cara e nunca se cansa de acreditar que arrasa. Lily e Marshall, que são casados. Ela é professora do jardim de infância. Ele é um advogado recém-formado que sonha em trabalhar em prol do meio-ambiente. Os 2 formam um casal grudento e cheio de comportamentos infantis. E ainda tem Robin, uma jornalista. Esta última sim tem muito a ver com FRIENDS, por causa do seu passado.
A personagem Robin é canadense e em sua adolescência foi uma "grande" artista pop em seu país, gravando músicas ao estilo Cindy Lauper de ser e se vestir. O seriado mostra seus clipes de maior sucesso como o brilhante "vamos ao shopping", uma sátira rasgada de toda a breguice dos anos 80. O que ela tem a ver com FRIENDS? Que pessoa acompanhou FRIENDS e não conhece "Smelly Cat"? Se conhece, sabe do que estou falando e vai entender a comparação.
Com esses atrativos o seriado, facilmente, prende minha atenção e proporciona uma gostosa nostalgia de FRIENDS.
Se você gosta de comédia americana, não perca tempo e sintonize no canal Fox Life, domingos às 18h. Principalmente se você gostava ou gosta de FRIENDS. É uma forma de diminuir a lacuna deixada por seu término.

Você não vai se arrepender!

domingo, 3 de maio de 2009

Não julgue um filme pela sinopse

Filmes e seriados são meus vícios. Sem dúvida alguma! E como tudo relacionado a esses temas me interessa, minha curiosidade se aguçou com tanta mídia rondando o filme "Crepúsculo". Sim, Crepúsculo! Como amante do cinema, obrigo-me a gostar de tudo o que cinema possa oferecer. Ou, pelo menos, tentar. Gosto de filmes venerados pelos adolescentes, mas antes que você questione, eu respondo: Não! Eu não assisti High School Musical. Já "Crepúsculo", tentei assistir no cinema, mas deu preguiça. Tentei locá-lo, mas já estava locado. Coincidentemente, vi neste sábado, no AXN (adoro tv a cabo), o filme "O silêncio de Melinda" (Título original: Speak) cuja protagonista é a mesma atriz de "Crepúsculo", Kristen Stewart. O filme é um drama denso, muito meticuloso e com uma fotografia surpreendente que conta a história de uma jovem que vê sua vida mudar de repente em função de um trauma. A trilha e a movimentação de câmera seguem à risca o espírito atormentado da silenciosa Melinda. Mas eu não vou contar o filme aqui. Direi apenas que está repleto dos clichês "High School" americanos. A velha distinção entre populares e não populares. Mas apesar disso, foge totalmente da velha fórmula tantas vezes abordada. Se despertar sua curiosidade, tente encontrá-lo em alguma locadora. A ideia desse post não é estragar a surpresa do filme, ou fazer uma simples propaganda dele. É só a deixa para falar da qualidade dos filmes densos. Meu conceito de filme denso é: todo filme que foge naturalmente de uma fórmula pré-determinada para filmes daquele gênero e que não é apreciado por todo mundo. Vê-se que é um conceito mais abrangente do que a própria indústria do cinema dá.
Não aconselho seguir apenas a sinopse. Acreditei (pela sinopse) que "Os Excêntricos Tenenbaums" era um filme maravilhoso (principalmente pelo elenco) e não foi bem assim. Pode até ser, mas, particularmente, não gostei!
A sinopse é uma faca de 2 gumes.
Lembro das diversas vezes em que me neguei a assistir "Brilho eterno de uma mente sem lembranças", sempre achando que era um filme pretenciosamente chato. Eu não concebia a ideia de ver Jim Carrey fazendo um drama, até porque quando o vi em "O show de Truman", totalmente diferente do que costumava fazer, não me agradei muito. Então, a história de um casal que tentava apagar um ao outro da memória me parecia ficção barata. Ledo engano. Que grata surpresa foi ver que o filme (Brilho eterno) não apenas era diferente do que eu pensava, como também era excelente! Depois disso, passei a ser mais tolerante com qualquer filme que me aparecesse, dedicando, pelo menos, 15 minutos de atenção. Se depois disso fosse humanamente impossível assistir, era porque nenhuma tolerância me faria suportar aquele enredo. A partir disso, resolvi dar uma 2ª chance a "Vanilla Sky". E não é que tive outra grata surpresa? Gostei! E assim fui me interessando por todo filme que tivesse alguma densidade maior. "Efeito Borboleta" foi um deles. Um suspense perturbador e sufocante. "O amor pode dar certo" um drama romântico de partir o coração. "Patch Adams" é uma traição ao expectador que passa o filme inteiro acreditando que só observará mensagens sobre levar a vida com mais humor e a certa altura da história é tomado pelo aperto no coração com o gancho para um desfecho doloroso. Mas é perdoável quando se percebe a premissa do filme. "Tudo em família" é outro filme que exige uma certa atenção do expectador para que se possa apreciar a história sem acreditar que ali se trata de um simples enredo já contado outras vezes. E "Diário de uma paixão", que pode ser criticado ou encarado como um simples romance "mamão com açúcar" é, na minha humilde opinião, um dos maiores romances já feitos, exatamente porque conta a história de uma forma nunca antes vista (pelo menos por mim), por uma perspectiva diferente, algumas vezes cansativa (quando narrada), mas que vale a pena.
Meu conceito de denso é mesmo muito amplo e pessoal e atinge todos os gêneros cinematográficos. Recomendo todos os filmes citados. De preferência acompanhados por Ruffles cebola e salsa, doritos e quinta do morgado tinto e bem gelado.

E nunca descarte um filme antes de dar uma 2ª chance. Essa 2ª perspectiva pode fazer uma enorme diferença.

Uma dose de ideia, por favor! Com gelo e sem limão.


Atendendo a vários e especiais pedidos, aqui está o blog. Como primeiro post, nada mais justo do que fazer uma breve apresentação.
O blog não é destinado a uma única e determinada coisa. Cada post constará de uma opinião sobre qualquer coisa. Sobre um filme, um seriado, uma música nova, uma reportagem atual, um novo assunto. Qualquer coisa!
Seguindo a lógica que usamos ao escolher um drink: o post seguirá o meu humor.

Sirvam-se!