quinta-feira, 17 de junho de 2010

Praticando a arte do desapego ou "dando uma de Jerry Maguire"

Hoje eu ouvi a seguinte frase: “queria ser uma pessoa mais decidida nessa vida”. E eu pergunto: quantas vidas cada pessoa acredita que vai viver? Por que não aproveitar logo essa vida de agora?
Conheço pessoas que se apegam com unhas e dentes às coisas que não têm. Esse é o pior tipo de apego. Como você pode dedicar tanta energia a uma coisa que na sua vida é inexistente?
A melhor coisa que uma pessoa que pensa que as coisas não estão dando certo deve fazer é MUDAR. Mudar alguma coisa. O estilo, a atitude. Dar um passo para a frente ao invés de ficar parada se lamentando pelo que não tem. Os decididos muitas vezes “quebram a cara”? Sim! Mas pelo menos fazem alguma coisa. Movimentam a vida, podem contar uma história.
Mudar talvez seja a coisa mais constante dentre as coisas que o ser humano faz melhor.
Então eu me peguei a pensar que, se eu mandar levantar a mão aquele que é o mesmo hoje do que era há alguns anos atrás, acho que só vou ouvir o “cri, cri, cri” dos grilos. Ninguém, absolutamente ninguém consegue se manter o mesmo com o passar do tempo. Não estou falando do amadurecimento inevitável que a vida proporciona com a mudança das estações. Falo da mudança mais profunda: a mudança de destino por opção.
Todo ser humano, em algum momento da vida, resolve praticar “a arte do desapego”. E nessa prática acaba despindo-se de alguns valores, de alguns sonhos e muda de pretensões. Cresce querendo seguir uma carreira e depois muda de vontade, anseia novos rumos. Exige das pessoas certos comportamentos que depois despreza. Supervaloriza coisas que, no fim, não tinham tanta importância.
A arte do desapego significa abrir mão do estático, do supostamente seguro, da mesmice. Significa não ter medo de ser grande, de conquistar o mundo, de ousar querer mais do que dizem que você é capaz de conseguir.
O ser humano inteligente trilha uma espécie de linha côncava durante a vida. Quando criança, enxerga tudo da maneira certa, de um jeito bonito e não sabe mentir. Passa a pré e a adolescência afogando-se espontaneamente em dúvidas e anseios, apaixonando-se de forma desmedida pelas pessoas e pelas coisas, pelos sonhos, numa pressa absurda para crescer. E quando vai ficando adulto, começa a recuperar aquela visão límpida da infância, e sente falta do tempo que passou. Sente falta das coisas que não teve tempo de fazer. Sente falta de si mesmo. Mas, apesar das responsabilidades que a vida adulta traz, aprende a entender que o tempo é uma faca de dois gumes e que, por isso, precisamos nos aliar a ele, senão as coisas passam e ficamos apenas reclamando da vida, na parte baixa da côncava linha que nós mesmos desenhamos ao longo dela. Afinal, "o passado já foi e o futuro a gente molda".
Nem todo mundo pode se dar o luxo de escolher seus caminhos, mas todo mundo pode se dar o luxo de saber qual o melhor. E assim vai, com jeitinho, enganando a vida e alcançando seus objetivos.
Se alguém ou algo se coloca no seu caminho e impede que você chegue onde quer chegar, pegue um atalho, mude de estratégia, siga outra estrada.
Já ouviu dizer que o céu é o limite? Então ouse sempre ser maior! Quem sabe um dia você alcança o impossível?!
[a ideia deste post surgiu da premissa do filme Jerry Maguire: A grande virada]

3 comentários:

  1. Adorei, Carlinha! Incrível que exatamente hoje eu estaa pensando nessa arte do desapego! Muito bom!

    Beijos

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  2. Carla, a cada poste admiro mais seu tato e sensibilidade com as palavras. Muito bom, muito bom mesmo!! É fácil se encontrar em alguns (senão em todos) trechos do seu texto, ao menos pra mim. A "arte do desapego" se faz útil em momentos decisivos da vida.
    Beijo.

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  3. É isso mesmo! Olhar sempre à frente! As pessoas precisam saber controlar suas próprias vidas p/ serem felizes. O destino da gente é gente que faz.

    Adoro ler os textos do blog!

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