terça-feira, 30 de novembro de 2010

"Admirável Chip Novo" ou "Cartas para Mim..."



Há alguns dias fiquei praticamente incomunicável por causa de uma pane em alguma coisa que provocou sei lá o quê, cujo resultado foi não conseguir falar de forma alguma através do aparelho celular. Foi quando me dei conta de que me tornei escrava da tecnologia.

Tentei lembrar de como era minha vida antes de viver cercada por aparelhos celulares, computadores e todas as ferramentas que, hoje, estão agregadas a eles. E sabe de uma coisa? Quase não lembrei. E não faz tanto tempo assim. Sou jovem ainda. Mas, muito embora eu me lembre da época em que celular era artigo de luxo e computador parecia uma revolução em nossas vidas (realmente é!), a sensação de utilizar outros meios de comunicação mais simples me parece muito distante.

Sou da época em que escrevíamos cartas e enviávamos cartões de natal pelos correios aos amigos da escola em época de férias. Da época em que não demorávamos muito ao telefone (fixo) em conversas que poderiam acontecer no dia seguinte na sala de aula. Sou da época em que bilhetes eram uma forma rápida de passar um recado, em que a caligrafia era trabalhada.

Hoje, tudo é imediatista (inclusive, eu!). As notícias não podem esperar o amanhã. Hoje as pessoas têm mais de um aparelho telefônico, celulares diferentes, um só com várias linhas, vários computadores, vários e-mails, várias contas em várias redes sociais. Hoje, as pessoas tendem a ser polvos, com um braço em cada parte do mundo, tentando fazer e ter "tudo ao mesmo tempo agora".

Eu? Eu sou completamente fascinada por tecnologia e adoro esse mundo imediatista, onde tudo chega rapidamente onde deve chegar, numa velocidade que eu apenas sonhava quando criança, mas que parecia futurista demais para que eu alcançasse. Já disse, sou jovem ainda. Vinte e poucos anos... Alcancei. Hoje, minha caligrafia é um reflexo dessa modernidade. Minha letra não é mais um exemplar de beleza gráfica, afinal, para escrever tudo há vários teclados. Não lembro a última carta que escrevi, mas posso contabilizar facilmente meus e-mails e sms, scraps, tweets etc.

No dia em que não consegui me comunicar por celular, ainda me restava a internet, e eu comemorava internamente por não me sentir completamente ilhada. Engano meu! Ilhada já estou, ilhados nós estamos. Vivemos todos numa ilha tecnológica que nos projeta para o resto do mundo da forma que queremos e quando queremos. Hoje somos escravos da modernidade, da pressa, da urgência. Posso dizer aqui as vantagens e desvantagens disso tudo. Mas não o farei.

A ideia desse post era, apenas, expor o que rondou minha mente no citado dia: lembranças da simplicidade de alguns anos atrás e, por mais que eu seja apaixonada por tecnologia, não posso deixar de admitir que sinto uma certa saudade de quando os dias pareciam mais longos, dos meus sorrisos ao receber cartas e bilhetes, do meu orgulho em escrever redações com uma caligrafia impecável, dos lindos cartões de natal, de sair de casa e voltar tranquilamente sem sentir o desespero de precisar voltar urgente para carregar a bateria do celular que descarregou.

E aqui estou, criando um pequeno paralelo entre meu mundo de ontem e meu mundo de hoje. Adorando tecnologia e sentindo saudade do papel. E que forma interessante eu encontrei: um post no blog, que nada mais é do que um fragmento de terra na ilha tecnológica em que vivo.

É... essa sou eu tentando ver imagens do passado com meus novos "olhos de robô"...

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

O que você realmente gostaria de dizer quando faz promessas de amor...


Eu sei, sou egoísta
Porque não quero amar você sem retorno
Quero seu amor de volta mais forte e sem medida
Maior do que o amor que lhe ofereço em troca

Eu sei, não é possível haver amor maior que o meu
Mas deixe que eu imagine que há
Deixe que eu acredite no inacreditável
Deixe-me pensar, pensar, pensar...

Providencie, então, as ilusões que eu quiser
E me dê, sem medo, tudo com o que quero sonhar
Mesmo que não exista, mesmo que você não possa
Só me faça acreditar, acreditar, acreditar...

Peço que você minta para mim
Peço que você invente sem parar
Invente um mundo onde eu possa esperar
Que haja um amor maior que o meu
E que é você quem vai me dar

Então espero que você me ouça
E realize essa proeza
De me amar, ainda que menos
Um amor verdadeiro que se contente em ser menor
Que já será amor por aceitar sua própria dimensão

Porque só o amor costuma aceitar
Fingir ser o maior de todos
Ainda que não possa ser
Ele se propõe a tentar
Sem egoísmo, sem parar
E agindo assim, maior ele será...

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Quantas vezes somos capazes de boicotar a nossa felicidade?


O ser humano, por mais que tente disfarçar, não consegue se libertar de suas características masoquistas. Isso mesmo! Todo ser humano é masoquista.

Você é masoquista e não adianta dizer que não é. Você já se apaixonou por quem não lhe queria, já insistiu em amores que lhe faziam mal, já lutou para manter amizades que não valiam a pena, já se prendeu a realidades que não levavam a lugar algum.

Alguns chamam isso de persistência. E talvez seja. Mas garanto que você não estava sendo apenas persistente. A persistência, muitas vezes, agarra a mão do masoquismo e corre! Caminham juntinhos e fazem você se perguntar qual o motivo de, às vezes, o amor doer tanto, certas amizades serem tão efêmeras e certos sonhos parecerem tão distantes. Acontece que quando algo é muito importante para você, mesmo que cause um mal, você se apega e se agarra com todas as forças à crença de que vai melhorar, vai passar, vai mudar. Em algumas vezes isso funciona, mas em sua maioria não! Agarrar-se à dor é, quase sempre, medo de dar o primeiro passo rumo à mudança. Então você aceita que tudo na vida tem um preço e se coloca à disposição para pagá-lo se conseguir em troca o que tanto quer. Frustrante é pagar o preço, que pode ser alto, e não conseguir.

Eu não entendo como você não entende o porquê de certas coisas na sua vida não darem certo. Todas as respostas estão diante de você: os erros cometidos, as pessoas que atrapalham, as que ajudam mas você não enxerga, as insistências desnecessárias, o apego em vão. Você vê tudo e finge não saber, porque espera que tudo mude, que tudo melhore sem que você precise se esforçar, sem que precise mudar.

Nesse jogo de aceitar que o mundo não é perfeito e que não há um mal que não traga um bem, você acaba se desgastando e desgatando as pessoas, suas coisas, seus projetos, sua vida inteira. Você se prende ao medo de ousar, de querer mais, de buscar mais. Sempre haverá alguém para lhe colocar para baixo. Sempre haverá alguém capaz de manter a chama do seu masoquismo acesa, tentando mostrar que o melhor da dor é o alívio que vem depois. Sabe o que é melhor? Não doer!

Durante toda a sua vida você verá oportunidades passando pela sua frente e muitas dessas vezes você as deixará passar. Deixará passar amores certos, amigos certos, sonhos certos, porque não consegue largar o que tem.

E nisso tudo, onde fica sua felicidade? Você vai ficar sentado esperando o belo dia em que a felicidade resolve cair no seu colo e transformar sua vida? Felicidade é coisa do cotidiano, das coisas que compõem o seu dia. Felicidade é ter porque e por quem sorrir. Não se prive disso acreditando que a felicidade lhe espera em algum lugar. Ela já esteve em você, já passou por você milhares de vezes e você deixou sair, deixou passar porque segurar a felicidade é tão simples que parece mentira. Você acabou criando abismos em si mesmo incontáveis vezes, porque não ser feliz parece mais verossímil do que ser.

Hoje, você já poderia estar onde sempre quis, já poderia ter tudo o que deseja se tivesse se permitido mais. Vai ficar triste agora? Vai se arrepender de algumas coisas? De jeito nenhum! Não me venha com desculpas para exercitar seu masoquismo. Comece a boicotar os boicotes que você providenciou para a sua vida e passe a ver cada dia como um todo e não uma pequena parte.

Isso significa que você nunca mais será triste? Está louco? Claro que não! Não me venha também exercitar suas ilusões. A vida realmente não é perfeita e você vai continuar sabendo e sentindo isso. Mas só tenha a certeza de que se você cair, não foi porque você mesmo se derrubou. E esteja sempre pronto para se levantar.

Na canção "Cara Estranho" de Los Hermanos há o seguinte trecho: "...É a solução de quem não quer perder aquilo que já tem e fecha a mão pro que há de vir." Não seja esse estranho e abra sua mão, abra sua mente! Não espere a felicidade dos seus sonhos lhe encontrar. Vá atrás e segure quando ela passar. Construa sua própria felicidade e seja ela própria.

Nada, nem ninguém será capaz de lhe proporcionar a plena felicidade se você não quiser ou não deixar. Você não vai encontrar lá fora nada que lhe sirva mais do que o que já tem dentro de você!

Seja qualquer coisa, só não seja seu próprio vilão...


"Aceite o desafio e provoque o desempate. Desarme a armadilha e desmonte o disfarce. Se afaste do abismo. Faça do bom-senso a nova ordem. Não deixe a guerra começar..." (Plantas embaixo do aquário - Legião Urbana)

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Sonhos de papel? Não! Direito no papel...



No ano de 2009, o STF (Supremo Tribunal Federal) decidiu tornar inexigível o diploma em jornalismo para quem quisesse exercer a função de jornalista. Obviamente, tal decisão causou estrondosa polêmica na classe, bem como em outras áreas que se acharam no direito de interferir no assunto. É bem verdade que, posteriormente, uma Comissão da Câmara aprovou a exigência do diploma para jornalismo, mas é sabido que a PEC precisa ser aprovada em plenário para que a questão seja resolvida.

Não comecei a escrever esse texto no intuito de informar o resultado dessa disputa, nem explicar os pormenores jurídicos que envolvem a causa, mas sim para expor o quão irresponsável é a medida de diminuir a importância do diploma, não apenas pela queda na qualidade desse mercado, mas também pela desvalorização do profissional que tende a ter seu trabalho valorado de forma insuficiente.

Não somos ingênuos! Eu, pelo menos, não sou. Sabemos que há muito tempo a imprensa brasileira é formada não apenas por profissionais formados em jornalismo, mas por profissionais de diversas outras áreas que, de alguma forma, acabaram embarcando nesse mundo de informação e comunicação. Ou seja, mesmo com a exigência do diploma para serem, de fato, jornalistas, muitos atuavam e atuam na área sem possuírem a titulação. Mas não são clandestinos ou algo do tipo. Simplesmente, no fim das contas, a exigência, em vários casos, acabava sendo mais voltada para o talento do que para a formação propriamente dita. E não digo que isso tenha sido maléfico à sociedade. Em muitos e incontáveis casos, "jornalistas" por exercício eram e são mais competentes do que muitos jornalistas por formação.

Mas pensemos da seguinte forma: imagine se qualquer pessoa, com qualquer formação pudesse ser médico sem ter se formado em medicina, ser advogado sem ser formado em direito, ser engenheiro civil sem nunca ter frequentado uma aula sequer do curso de engenharia civil. Você confiaria nesses profissionais para examinar sua saúde, representá-lo em busca de seus direitos ou para construir sua casa? Provavelmente não! Quer dizer, COM CERTEZA, não! Por que com o jornalista haveria de ser diferente? Não seria ele tão profissional quanto os outros?

A faculdade de jornalismo não tem como princípio básico ensinar a escrever, o que não faz de você, caso escreva bem, um jornalista nato. Busca ensinar ética profissional e tudo o mais que estiver atrelada a ela, como toda e qualquer profissão tende a exigir de seus profissionais.

Não. Eu não sou jornalista. Escrevo muito (muito mesmo!) porque minha profissão exige e porque, acima de tudo, eu sou completamente fascinada pelas palavras, pela escrita e escrevo porque amo. Eu adoraria ser jornalista, pois sempre quis fazer jornalismo, mas acabei me formando em Direito, e deveria ficar feliz com a inexigibilidade do diploma de jornalista. Mas a verdade é que eu enlouqueceria de raiva se derrubassem a exigência do diploma de Bacharel em Direito ou a exigência de aprovação na prova da OAB para exercer a profissão de advogado. Mas, nada disso acontecerá, até porque, os pormenores jurídicos que protegem os cursos de Direito e que não protegeram o curso de Jornalismo são distintos.

Então você deve estar me perguntando qual a minha opinião sobre a situação dos profissionais não formados em jornalismo mas que atuam livremente como tal? Ora, na minha opinião, deve continuar a mesma. Não sou contra a presença de pessoas não formadas em jornalismo atuando no mundo do jornalismo. Entendeu? Sou contra a inexigência do diploma para reconhecer o profissional como jornalista. Estou falando de reconhecimento da formação.

Então você me pergunta: "Mas não seria o diploma apenas um pedaço de papel?" Não! O diploma, aos trancos e barrancos, é a comprovação de que determinada pessoa dedicou anos de sua vida ao estudo de determinada área para, talvez, ser um grande profissional. Garante que será competente? Não mesmo! Assim como nenhum diploma de área nenhuma é capaz de comprovar a qualidade profissional de uma pessoa e, nem por isso, outros cursos estão abandonando seus diplomas. Mas é o diploma, o pedaço de papel bonito que fica guardado com carinho, ou emoldurado com orgulho numa parede que diz ao mundo que você é um profissional de determinada área. Se você é um bom profissional, não é o diploma quem diz, mas você mesmo.

Eu conheço muitos profissionais que não têm formação em jornalismo, mas atuam na área e são infinitamente melhores do que muitos diplomados. Melhores no português, melhores no pensamento, no raciocínio, no "feeling", e que merecem exercer o "jornalismo" porque honram a profissão, independente da real formação de cada um. Mas, a meu ver, eles são, na verdade, consultores no jornalismo, mas não jornalistas. Não carregam o título.

Sei que muita gente vai discordar desse meu pensamento, mas é dessa forma que enxergo. Sei que ética não depende de diploma, sei que honestidade e talento também não.

Você pode discordar de mim e apresentar milhares de argumentos na tentativa de derrubar os pontos que levantei. Fique à vontade! Só lhe dou uma dica: experimente achar diploma irrelevante quando quiserem tomar o seu... Aí a história será diferente, e sua opinião também!

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Perfeição de cristal quebrada em passos sobre ovos...


Você passa a vida ouvindo que cristal quebrado não tem conserto e nunca dá importância a essa simples afirmação, até que precisa consertá-lo e constata que é verdade.

O cristal quebrado em questão é a confiança. Uma vez quebrada, jamais recuperada. E nem adianta, caro leitor, você vir dizer que DEPENDE. Porque não depende de nada.

Quando você deposita em alguém, qualquer que seja o grau de confiança, espera que aquela crença permaneça intacta. E não é necessário que essa confiança seja atingida por uma batida de carreta, nem atropelada por um trem bala. Sem maiores dramas! A pessoa que lhe decepciona não precisa derrubar seu mundo, destroçar suas convicções ou diminuir suas esperanças. Basta que, com pequenas ações, realize a magia de desconstituir a belíssima imagem que você construiu com sua doce ingenuidade natural.

Então funciona assim: determinada pessoa lhe inspira confiança e você se sente uma pessoa abençoada pelos céus por ter a possibilidade de confiar em mais alguém, de ter mais um amigo. E desse amigo, você acaba esperando grandes coisas, grandes ações, ou seja, você espera que essa pessoa seja capaz de fazer por você o que você é capaz de fazer por ela. O nome disso é ilusão, querido leitor! Dos duzentos amigos que você acredita ter, menos de dez seriam capazes de fazer por você as grandes coisas que você espera que um amigo faça. E olhe lá se esse número não estiver reduzido a apenas UM! E agradeça por ainda ter UM amigo, porque tem gente que nem isso tem!

Você conhece muita gente, mas não tem muitos amigos. Estou errada? Quem disse? Não seja teimoso, caro leitor! Não minta para si mesmo! No fundo, você sabe que 90% das pessoas que você chama de amigos, na verdade, você adoraria chamar de colegas, mas como o termo "colega" não é o preferido da humanidade, acaba ganhando um tom pejorativo e, por isso, quase ninguém o utiliza de bom grado. Saiba diferenciar amigo de colega. Amigo lhe confronta, diz verdades dolorosas, briga por você, admira suas conquistas e, quando pode, contribui para que elas aconteçam. O amigo faz você se conhecer melhor, provoca reavaliações de caráter e de comportamento, cresce junto com você. Já o colega, ele não faz tanta falta quando você passa muito tempo sem o ver, e quando vocês se reencontram é diferente, parece que alguma coisa se perdeu. Você sabe pouco sobre a vida dele, não porque ele não conta, mas porque você pouco se interessa e vice-versa. Mas é natural, é assim mesmo que funciona! É porque é assim. Colegas são legais, bacanas e queridos. Amigos são, simplesmente, fundamentais! E muitas vezes, para valorizar os amigos, você precisa de colegas.

Pois bem, então o que a quebra de confiança tem a ver com isso tudo? Tem a ver que, quando um desses amigos que você tem passa a agir de forma desproporcional ao que estava no manual, você começa a questionar a verdadeira importância daquela amizade e a verdadeira sinceridade daquela pessoa que começa a assumir uma nova personalidade que você não conhece. Mas essa "nova" personalidade é velha. Você que não viu! É aí que você acorda para a vida e percebe que perdeu o controle, e se deixou levar pela falsa ilusão de confiança.

A verdade mesmo é que quando você conhece alguém que o agrada, você age da forma mais estúpida que poderia agir e, de repente, fecha os olhos para os pequenos avisos de que aquela pessoa não é tão perfeita quanto você pensa.

Mas não se desespere! Você não precisa se afastar de todos só porque você não pode confiar sua vida a eles. Calma, não seja infantil! A quebra de confiança que estou falando não é a revelação de um segredo seu, ou atitudes tomadas de forma fria e calculista para lhe prejudicar. Falo das repetidas promessas não cumpridas, das mentiras sinceras, da prática de fingir que não lhe deve explicações por simplesmente achar que você não vai perceber os deslizes, que você vai esquecer, ou que você não merece, ou seja, das pequenas coisas que juntas comprovam que confiança não é produto de feira barata que você encontra em qualquer lugar, em qualquer pessoa.

As decepções, nesses casos, tendem a deixar você mais esperto. Você consegue conviver normalmente com as decepcionantes figuras (seja maduro, ora bolas!), mas saberá exatamente onde estará pisando.

Você pode fugir à regra e ter dezenas de amigos verdadeiros para sempre, todo o sempre, para a vida eterna? Pode, claro! Só não esqueça que nesse caso, mais importa a qualidade do que a quantidade.

Você está se perguntando como saber quando alguém é confiável ou não, para evitar decepções? Infelizmente, você só saberá quando a pessoa o decepcionar. Mas deixo aqui uma dica: espere pouco das pessoas. Com baixas expectativas, a queda é sempre menor.

Uma coisa é certa: quanto ao seu melhor amigo, o maior de todos, não há dúvidas, esse você sabe muito bem quem é! Mais do que confiança ele lhe inspira a segurança de que com ele você nunca vai precisar se preocupar. Essa amizade não se explica. Ela se justifica em si mesma...


[Para assistir: FRIENDS]

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Eu poderia...


Eu poderia ser a caixa onde você guarda seus sonhos
A delicadeza que você espera da vida
Eu poderia ser o som que contorna seus pensamentos
Eu poderia ser mais do que lhe oferecem seus segredos
Na linha do tempo, eu poderia ser o seu dia
Mais que ofertar-lhe um beijo
Dar-lhe brasa em calmaria
Eu poderia, sem pressa, ensinar-lhe a dançar
Ser os seus olhos quando a vista parecer escura
Quando a Terra parecer estúpida
Quando o mundo não lhe for fiel
Eu poderia dar-lhe asas sem sair do chão
Poderia desenhar o caminho por onde vão seus pés
Dar-lhe o mapa para guiar seus tropeços infinitos rumo ao nada
Ser a navalha que corta os seus medos
Ser seu frio sem pretexto
Ser a letra da mensagem nunca enviada
Poderia ser o plano traçado sem medida
A linha trêmula do mapa sem destino
Poderia ser a voz que lhe diz o que fazer
O ponto fraco do seu ponto forte
A metade do seu todo
O melhor lado
A maior parte
Eu poderia ser tanta coisa no seu complexo mundo
Mostrar-lhe o tanto de coisas que delimitam o ser
Mais do que qualquer coisa, eu poderia ser você...

Tropa de Elite 2: Mais realidade do que você gostaria de acreditar...


O filme Tropa de Elite (o primeiro) foi, sem a menor sombra de dúvidas, um fenômeno. Pois é, nem preciso citar aqui os motivos. Diante de um primeiro filme polêmico, premiado, adorado, um verdadeiro sucesso, o que esperar de sua sequência? Seja lá o que você esperou, garanto que não foi nada comparado ao que a segunda parte da saga do Capitão Nascimento realmente é: um banho de realidade!

O Capitão agora é Coronel e já não faz mais parte do BOPE. Não se preocupe! Não vou contar detalhes sobre o filme. Não seria cortês da minha parte retirar de quem ler este post o prazer de assistir ao filme sem saber dos seus melhores detalhes.

Mas todo mundo sabe que "o inimigo agora é outro". Durante todo o filme você esquece do tráfico e presencia uma detalhada história de como funcionam as milícias no Rio de Janeiro.

O problema é no Rio de Janeiro? Ou DO Rio de Janeiro? Não! Aí é que você se coloca no filme e passa a ver que aquilo tudo é problema do Brasil. Retire as armas, retire o sangue, retire as mortes retratadas na película e olhe ao seu redor: Tropa de Elite 2 conta a história da sua vida. Mas como assim? Explico:

Apesar de toda e qualquer interpretação diversa, o filme traz a nítida sensação de que tudo acontece por interesse. Você vê pessoas trocando favores, não importando hierarquia, patente, função etc. Favores que, na maioria das vezes (quase todas), tornam-se mais importantes do que qualificação. Pergunte a si mesmo se você já deixou de ganhar algo, ou já perdeu algo porque alguém devia um favor a outra pessoa e por isso, sua cabeça rolou. Porque você era menos importante naquele jogo de interesses, porque você, simplesmente, não entra no jogo. Porque você é honesto e competente o bastante para não precisar vender sua dignidade e suas ideias. O filme mostra de maneira muito clara o quão descartáveis podem ser as pessoas e como seus direitos são desprezados. Mostra que por trás de certas faces, há uma podridão de caráter que você nem imagina. Mostra que, no jogo, são meras peças de um tabuleiro, comandadas por quem detém o poder. O poder de escolha, o poder de decisão sobre a minha, a sua, a nossa vida.

Tropa de Elite 2 é mais do que um filme de ação, mais do que uma sensação de "deja vu". Ele conta a atual história do Brasil de uma forma tão perfeita que não duvide se daqui a alguns anos fizer parte dos livros didádicos de seus descendentes. E, indiretamente, você fará parte desses livros também porque, infelizmente, você faz parte dessa história...

Sem mais delongas, assista ao filme, pois nada do que eu exponha aqui será capaz de lhe causar a inevitável sensação que o filme traz de que o interesse gira a "roda da vida". Apesar disso, seja você mesmo e sempre corra por fora!

Apesar de tudo, é SEMPRE mais inteligente NUNCA ser o inimigo...


[Para assistir: "Tropa de Elite - O Inimigo Agora é Outro", que merece todos os prêmios possíveis!]